MUSEU DA MIGRAÇÃO JAPONESA AO EXTERIOR

Olá meus amados leitores,
Vocês sabiam que existe um Museu da Migração Japonesa ao Exterior em Yokohama? Pois é … eu descobri isso, por acaso, nesse final de semana! Fui até a JICA (Japan International Cooperation Agency) para saber sobre os cursos de japonês oferecidos aos estrangeiros e, na recepção, soube que naquele mesmo edifício funcionava esse ponto turístico. Logo, não perdi tempo e fui conferir.

Criado e mantido pela JICA, o museu foi inaugurado em outubro de 2002. Recebe aproximadamente 30 mil visitantes por ano, entre japoneses e estrangeiros, e está localizado próximo ao porto da cidade, ponto de partida para àqueles que começariam uma nova vida em outros paises. Seu objetivo é promover um entendimento da história da migração japonesa, sendo dedicado àqueles que contribuíram na construção de novas civilizações nas Américas.
O local é pequeno, mas o acervo é muito interessante. Organizada em ordem cronológica, a exposição foca primeiramente, paises da América do Sul e Central, mas existem alguns registros da América do Norte também. Os primeiros grupos migraram para Havaí e Estados Unidos, e a última viagem, realizada a bordo do navio Brasil Maru, aconteceu em 1971. Mais de 2,5 milhões de japoneses deixaram sua terra natal para começar a vida em outro lugar. Somente na década passada, aproximadamente 300.000 descendentes e suas famílias vieram ao Japão para trabalhar ou estudar.

O Brasil abriga a maior população japonesa fora do Japão com cerca de 1,5 milhão de nikkeis (termo usado para denominar os japoneses e seus descendentes). A imigração iniciou-se com a chegada do navio Kasato Maru, em Santos, no dia 18 de junho de 1908. Vindo de Kobe, a embarcação trouxe, numa viagem de 52 dias, os 781 primeiros imigrantes vinculados ao acordo imigratório estabelecido entre Brasil e Japão, além de 12 passageiros independentes. Em 2008, várias comemorações marcaram o centenário da imigração japonesa em terras brasileiras. 
Logo na entrada, tem um lindo “omikoshi” (uma espécie de capela na religião xintoisma que pode ser carregada) feito com vegetais, frutas e legumes. Os primeiros japoneses que desembarcaram em terras americanas se destacaram por meio da horticultura. Essa verdadeira obra de arte, na verdade uma réplica da original, ganhou o primeiro prêmio no Rose Festival, em Portland, Estados Unidos.
Encontrei muitas fotos, recortes de jornais, objetos, cartazes de associações e festas típicas das comunidades nos paises em que vivem. O interessante é que mesmo longe de sua pátria, os japoneses tentaram conservar sua cultura e seus laços com sua terra natal, transmitindo-a de geração em geração. Isso é muito bonito, e faz com que o Japão conserve suas tradições até hoje.
A reprodução de pequenos ambientes, como uma cozinha, representam o cotidiano dessas famílias. Realmente é uma cena muito intrigante, porque as refeições eram feitas à base de feijoada, frango assado, farofa, bife, sushi, sashimi e doces japoneses como mochi. Cenas também recriam os empregos e ocupações dos japoneses na agricultura (café, algodão, pimenta-do-reino), comércio e carpintaria.
Uma parte bastante interessante foi um painel com diversas mensagens de apoio ao povo japonês que sofreu bastante com o terremoto, seguido de um tsunami, ocorrido em 11 de março de 2010.

Embora eu não seja descedente, foi como voltar no tempo e relembrar antigas histórias que minha mãe me contava (porque seus vizinhos japoneses contavam à ela quando era menina), histórias da família do meu marido e até mesmo da minha professora de japonês. Achei muito bonita essa iniciativa da JICA, porque essas pessoas foram muito batalhadoras, e mesmo, sofrendo preconceito por terem “deixado sua terra”, merecem respeito e reconhecimento.



 

Para quem quiser conferir mais fotos, segue um video:

ONDE?

Museu de Migração Japonesa ao Exterior
Endereço: 2-3-1  Shinko Naka-ku Yokohama
Kanagawa T 231-0001 Japão
Tel.: (45) 663-3257
Fax: (45) 211-1781
Site: http://www.jomm.jp/
Horário: das 10h às 18h.
Entrada: grátis
Como chegar: a 10 minutos à pé da estação Minato Mirai (linha Minato Mirai) ou Sakuragicho (linha JR).

Até mais,
Thais Fioruci



FONTES:
História da emigração no ponto de partida. Disponível em http://centenario.ipcdigital.com/index.php?option=com_content&task=view&id=49&Itemid=27
Visita a museu. Disponível em http://www.japao100.com.br/blog_janeladekassegui/2008/03/28/visita-museu/

12 comentários em “MUSEU DA MIGRAÇÃO JAPONESA AO EXTERIOR

  1. Nossa Thais as cartas para as pessoas do terremoto e o painel de fotos antigas de jornais e objetos queria muito ver pessoalmente. Realmente parece um lugar que guarda grande história por atrás desses objetos.

    E vendo no vídeo nem parece que é tão pequeno como você diz, mas o vídeo ficou bem legal de se assistir com a música de fundo bem relaxante, ótimo!! Adorei mesmo!!

  2. Oiii Diego!

    A seção de cartas de apoio para o povo japonês foi a mais bonita e emocionante. Bem, eu adoro museuns, e ali, guarda um pouco da história do Brasil tb, já que é a maior colônia japonesa fora do JP. Ver aqueles objetos e pensar nas dificuldades que eles passaram.É pequeno,em vista dos outros museuns que já visitei aqui. É um conjunto de 4 salas, acho, separadas por divisórias.Mas, olhando nas fotos, nem parece msm!

    Obrigada!!!

    Beijos
    Thais Fioruci

  3. Oi Thais,

    Nem acredito acabei de falar com minha mãe e parece que vamos lá saber mais sobre o curso. Ela conversou com algumas amigas e elas indicaram o JICA em Yokohama, vamos lá no dia 19/03 para ver como funciona e ver quanto eu gastaria de passagem.

    Tendo esta dica, aproveito e passo no museu para conhecer!

    Bjus
    Carla.

  4. Oi Carla,

    também quero muito saber sobre esse curso da JICA. É uma escola bem reconhecida no Brasil, e o curso não é caro, em vista de outras escolas que tem aqui. Mas toda vez q vamos lá está fechado =/ Acho q só funciona no sábado pela manhã! Se tiver infs, vc pode me passar por favor?

    Claro! Visite esse museu e vc não se arrependerá! Logo mais vou postar um video, que fizemos de lá!

    Bjssss e um ótimo final de semana!
    Thais Fioruci

  5. Parabéns pelas suas dicas da cidade de Yokohama, além do aquário, agora o museu é o outro lugar que quero conhecer. É fácil de chegar pra quem não conhece nada de Yokohama?
    Beijão
    Daniel
    danielmiyagi.blogspot.com

  6. Oi Daniel!!!

    Muito obrigada por acompanhar sempre o meu blog! Agradeço muito o elogio! É bem fácil de chegar sim … fica em Sakuragicho no prédio da JICA msm. É inconfundivel! Super fácil de achar. Se quiser, podemos combinar algum dia e te levo lá.

    Bjokas =)
    Thais Fioruci

  7. Já fui no museu aqui de São Paulo, é bem bonito também. Mas ver ai no Japão com exemplares exclusivos que foram conservados desde aquela época deve ser incomparável!

    Obrigado pelas "viagens" Thais, são muito informativas As suas postagens.

  8. Olá Vitor!

    Muito obrigada por acompanhar o blog e comentar os posts! Existe um museu desse tipo em SP? Onde fica? O museu é muito lindo msm! Um ponto turistico que deve ser visitado no Japão. Apesar de ser um museu que conta a migração japonesa, existe muita história do Brasil também. Aprendi muito!

    Beijos
    Thais Fioruci

  9. Olá, Thais! Tudo bem?

    Descobri teu blog agora; cliquei em um link de outro blog e vim parar aqui! Gostei muito das tuas postagens, dos detalhes do texto e das fotos. Me diz, tu faz parceria entre blogs? Se sim, tenho um blog sobre cultura pop japonesa, o Estação Harajuku: http://www.harajukunews.blogspot.com

    Aguardo resposta! =)

  10. Oi, tudo ótimo!

    Muito obrigada pelo elogio!Claro que faço parcerias com outros blogs que tb falem sobre a cultura japonesa! Isso é muito importante para a divulgação e atualização! Vi o seu blog, e gostei muito! Omedeto!

    Podemos firmar a parceria? Já coloco seu blog nas minha lista de parceiros!

    Aguardo retorno,

    Beijokas
    Thais Fioruci

  11. Museu da Imigração Japonesa no Brasil
    Rua São Joaquim, 381 – Liberdade
    01508-900 – São Paulo – SP
    3º andar – Biblioteca/Escritório
    7º, 8º e 9º andares – Exposição Permanente

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